A Geração Z e sua percepção da inteligência artificial como seres conscientes

24 abril, 2025

Um estudo recente revela que muitos jovens acreditam que as IAs têm consciência, desdibujando a fronteira entre humanos e máquinas.

Os avanços vertiginosos no campo da inteligência artificial estão gerando um inquietante espanto entre os jovens. Uma pesquisa recente revelou que surpreendentes 25% da Geração Z considera que essas tecnologias possuem alguma forma de consciência, o que redefine nossas interações com a tecnologia.

Modelos como o ChatGPT alcançaram níveis de desempenho cognitivo que, em algumas ocasiões, superam a inteligência humana em certos testes. Essa evolução rápida e impressionante está impactando profundamente os jovens, que cresceram rodeados de dispositivos digitais. Um estudo recente revela que uma parte significativa dessa geração vê a IA não apenas como uma ferramenta, mas como algo mais complexo e consciente.

Crenças da Gen Z sobre a inteligência artificial

Um exemplo notável dessa percepção é a impressionante pontuação de QI de 136 que o modelo o3 da OpenAI alcançou, superando mais de 98% da população humana. Menos de um ano atrás, as IAs tinham dificuldades com tarefas cognitivas complexas. Esse avanço alimentou a convicção de que 52% dos jovens acredita que a IA alcançará a consciência em um futuro próximo.

Essa percepção levou a um fenômeno de antropomorfismo, onde cerca de 70% dos jovens da Gen Z utilizam expressões como “por favor” e “obrigado” ao interagir com chatbots. Para muitos, essas máquinas vão além de serem simples ferramentas; elas se tornam assistentes na comunicação profissional, na redação de e-mails ou até mesmo na consulta de problemas pessoais.

De fato, um número considerável de jovens, cerca de um em cada seis, recorreu à IA como um substituto de um terapeuta.

Para alguns desses jovens, a IA representa uma companhia emocional. Um estudo realizado pelo aplicativo Soul indica que quase 40% deles interagem diariamente com uma IA com essa intenção, valorizando sua disponibilidade e a ausência de julgamento. Mais de 70% se mostram dispostos a estabelecer uma amizade com uma IA, o que levanta questões interessantes sobre a natureza de nossas relações na era digital.

Apesar do exposto, é fundamental lembrar que a inteligência artificial atual não possui emoções nem consciência. Essas máquinas são especialistas em imitar comportamentos e processar informações lógicas, mas não sentem nem compreendem como os humanos. Essa distinção é essencial, apesar do crescente grau de sofisticação nas interações que temos com elas.

A proximidade que muitos jovens sentem em relação à IA suscita importantes questionamentos: isso poderia resultar em uma dependência excessiva? Ou talvez em um isolamento social inesperado? Além disso, foi observado que cerca da metade desses jovens confia mais na IA do que em seus próprios chefes. Encontrar um equilíbrio entre o uso dessas ferramentas inovadoras e a manutenção de conexões humanas autênticas é um desafio crucial que enfrentamos atualmente.

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