O impacto pouco claro da inteligência artificial segundo um relatório do Governo dos EUA

30 abril, 2025

Um novo relatório do Government Accountability Office revela a falta de transparência no setor de inteligência artificial e seus efeitos pouco compreendidos.

O auge da inteligência artificial generativa está provocando inquietações em torno de seu impacto ambiental e social. Assim aponta um recente relatório do Government Accountability Office (GAO) dos Estados Unidos, que destaca a falta de dados precisos que dificultam a avaliação de seus efeitos sobre o meio ambiente e a humanidade. Estamos realmente preparados para enfrentar as consequências dessas tecnologias que avançam a passos largos?

A rápida evolução da inteligência artificial muitas vezes supera a capacidade das instituições de medir suas implicações. O GAO, que assessora o Congresso americano, lançou um alerta: as empresas do setor não estão fornecendo as informações necessárias para avaliar adequadamente aspectos cruciais como o consumo energético ou as consequências sociais dessas inovações. Em meio a um contexto onde a administração atual fomenta a adoção da IA no setor público, as perguntas sobre o impacto a longo prazo permanecem sem resposta.

A falta de dados dificulta a avaliação do impacto ambiental da IA

O relatório do GAO é contundente: a falta de informações sobre o consumo de energia e as emissões de CO2 geradas pelas IAs é alarmante. Embora se reconheça que o treinamento e uso da IA generativa podem representar um considerável gasto energético, os números concretos são escassos. Por que desenvolvedores como OpenAI ou Anthropic não compartilham esses dados?

A opacidade nas informações impede que pesquisadores independentes analisem de maneira rigorosa o impacto ecológico dessas tecnologias. Embora alguns estudos abordem o consumo energético durante a fase de treinamento, o uso cotidiano dessas IAs, que também consome grandes quantidades de recursos, permanece em grande parte sem documentação.

Um aspecto menos considerado é o uso de água no resfriamento dos centros de dados. Em regiões onde a água é escassa, a expansão dessas infraestruturas para suportar a IA poderia intensificar conflitos por recursos hídricos. A falta de uma avaliação sistemática nesse âmbito é preocupante.

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O GAO faz um chamado para aumentar a transparência nas práticas das empresas de tecnologia. Sem políticas públicas que regulamentem o desenvolvimento da IA, o crescimento dessa tecnologia poderia continuar sem que se medi suas consequências sobre o meio ambiente.

Consequências humanas da IA generativa ainda na sombra

O relatório do GAO também aborda os riscos humanos associados à IA generativa, que incluem a eliminação de empregos, a propagação de informações errôneas e ameaças à privacidade e cibersegurança. Apesar dos alertas sobre o possível deslocamento de trabalhadores e a difusão de desinformação, a falta de dados precisos dificulta a compreensão completa desses riscos.

A agência sublinha que o uso de modelos tendenciosos pode ter repercussões em decisões críticas, como a concessão de créditos ou o acesso a serviços de saúde, e que essas consequências poderiam se perpetuar ao longo de gerações. No entanto, até que as empresas não forneçam informações sobre seus algoritmos e treinamentos, a avaliação desses riscos continuará sendo insuficiente.

O ambiente político também não contribui para frear essa problemática. Com a administração atual promovendo a integração da IA no setor público e desmantelando regulamentações anteriores, a situação se torna ainda mais complexa. A falta de compromisso com acordos internacionais sobre IA apenas agrava a incerteza.

O GAO conclui fazendo um chamado à necessidade de mais pesquisas independentes e ao estabelecimento de padrões de transparência mais rigorosos para as empresas do setor.

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