As grandes empresas chinesas apostam na Nvidia com pedidos de 16 bilhões de dólares em 2025

4 abril, 2025

As empresas de tecnologia da China fizeram um pedido impressionante de processadores Nvidia H20, o que pode gerar uma crise de suprimentos no setor.

O interesse das grandes empresas chinesas pelas soluções de inteligência artificial da Nvidia continua a crescer. Desde o início de 2025, gigantes como ByteDance, Alibaba e Tencent fizeram pedidos que somam um impressionante total de 16 bilhões de dólares em chips H20 da Nvidia. Essa demanda pode provocar sérias escassezes, especialmente considerando que esses processadores são os únicos modelos avançados que podem ser comercializados legalmente no país sob as atuais restrições impostas pelos Estados Unidos.

Um relatório recente da The Information revela que, apenas no primeiro trimestre, essas empresas intensificaram suas compras, impulsionadas pela crescente necessidade de tecnologia de IA a preços acessíveis. A startup chinesa DeepSeek, por exemplo, tem sido um catalisador nessa tendência, fomentando a demanda por modelos de IA mais econômicos e acessíveis.

Os investimentos chineses em inteligência artificial continuam apesar das restrições

As grandes corporações da China não parecem parar em seu caminho rumo à inovação em inteligência artificial. A magnitude dos pedidos, que representa uma parte significativa da receita anual da Nvidia na região, destaca a importância dessas transações. Em 2025, a Nvidia reportou uma receita de 17,11 bilhões de dólares apenas na China e em Hong Kong, o que sublinha o impacto desses pedidos massivos em seu balanço.

O processador H20 tornou-se indispensável para as empresas chinesas que desenvolvem tecnologias de IA, tendo sido projetado especificamente pela Nvidia após a implementação das restrições americanas em outubro de 2023. Desde 2022, os Estados Unidos bloquearam a exportação de seus chips mais avançados para a China, alegando preocupações sobre o possível uso militar dessas tecnologias.

No entanto, a situação não é simples. A H3C, um dos maiores fabricantes de servidores na China e parceiro chave da Nvidia, alertou sobre possíveis escassezes de chips H20, o que poderia dificultar o crescimento das empresas no campo da IA. Outros atores importantes, como Inspur, Lenovo e xFusion, também se alinharam como parceiros para a produção desses processadores no país.

A resposta da China e possíveis restrições às importações americanas

À medida que as empresas chinesas continuam acumulando pedidos, há rumores de que o governo de Pequim poderia impor suas próprias restrições sobre as importações de chips da Nvidia. Recentemente, a Comissão de Reforma e Desenvolvimento Nacional da China tem trabalhado em novas regulamentações de eficiência energética que poderiam afetar a conformidade dos chips H20 com as normas locais.

Huawei Ascend 910C, o chip de IA chinês.

Além disso, o governo chinês está incentivando as empresas a buscar alternativas locais, como a promissora tentativa da Huawei de lançar seu chip Ascend 910C, que poderia competir em desempenho com o H100 da Nvidia. Essa mudança na estratégia do governo poderia ter um impacto significativo no futuro do mercado de semicondutores na região.

Paralelamente, o presidente americano manifestou sua intenção de impor tarifas de 25% sobre as importações de semicondutores, o que poderia alterar ainda mais as dinâmicas comerciais. Apesar dessas tensões, a Nvidia parece não prever um impacto imediato em suas operações, embora o CEO Jensen Huang tenha indicado que está considerando realocar parte de sua produção para os Estados Unidos a longo prazo.

Nesse contexto, a Nvidia está tentando se adaptar às novas realidades do mercado. Huang se reuniu recentemente com Zheng Shanjie, buscando ajustar as capacidades de seus chips H20 para atender às exigências energéticas, um movimento que poderia torná-los menos competitivos em relação às alternativas locais. No entanto, a magnitude desses pedidos sugere que, apesar da incerteza, a colaboração continua sendo possível em meio às dificuldades.

Deixe o primeiro comentário