Você consegue imaginar ter 12 horas extras por semana para dedicar a si mesmo? Pois, segundo um estudo recente da Thomson Reuters, isso poderia se tornar realidade graças à inteligência artificial. Surpreendente, não é? Mas como é possível que uma tecnologia que muitos temem possa ser a chave para melhorar nossa qualidade de vida?
A resposta está em como os profissionais visualizam o futuro de seu trabalho. Uma pesquisa realizada com mais de 2.200 trabalhadores revelou que 77% acredita que a IA terá um impacto transformador em suas carreiras nos próximos cinco anos. E não é para menos, considerando que a maioria deles trabalha em média 46 horas semanais e mais da metade sente que não tem tempo suficiente para fazer tudo o que deseja.
Trabalharemos menos horas ou a IA simplesmente nos permitirá fazer mais no mesmo tempo?
Mas o que os trabalhadores fariam com esse tempo extra que a IA promete dar-lhes? É aqui que a coisa fica interessante. 24% dos entrevistados disseram que o dedicariam ao seu bem-estar pessoal: hobbies, descanso e, em geral, para desenvolver um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Não é isso que todos desejamos no fundo?
Mary Alice Vuicic, diretora de recursos humanos da Thomson Reuters, observa que desde a pandemia, quando “a casa se tornou o escritório e as pessoas trabalhavam 24 horas”, alcançar um bom equilíbrio entre trabalho e vida pessoal se tornou cada vez mais importante para os trabalhadores. A IA, segundo ela, está dando a eles a oportunidade de reinvestir em seu bem-estar.
Expectativas e desafios na adoção da IA no ambiente de trabalho
O otimismo sobre o potencial da IA no trabalho é palpável, mas será que todos os profissionais estão igualmente entusiasmados? A pesquisa revelou uma interessante divisão de opiniões. 50% dos entrevistados esperam ver uma melhoria significativa ou moderada no equilíbrio entre trabalho e vida pessoal nos próximos cinco anos graças à IA. No entanto, um nada desprezível 38% antecipam pouco ou nenhum mudança. A que se deve essa disparidade?
A resposta pode estar na incerteza sobre como realmente evoluirá a jornada de trabalho. Trabalhareamos menos horas ou a IA simplesmente nos permitirá fazer mais no mesmo tempo? É uma pergunta que ainda não tem resposta clara.
Apesar dessas dúvidas, o entusiasmo pelo valor que a IA pode trazer ao trabalho é generalizado. Os profissionais estão particularmente empolgados com a possibilidade de usar a IA para aproveitar grandes quantidades de dados, reduzir erros humanos e fornecer análises avançadas para a tomada de decisões. Isso não soa como um sonho realizado para muitos trabalhadores?
No entanto, a adoção da IA no local de trabalho não está isenta de preocupações. Quais são os principais obstáculos? Por um lado, existem preocupações sobre a segurança da IA e a privacidade dos dados. Por outro, há uma sensação de incerteza sobre como integrar melhor essas novas tecnologias no ambiente de trabalho.
Mary Alice Vuicic destaca a importância de enfrentar esses desafios: “Dedicar tempo ao aprendizado e à experimentação com a IA é crucial”. Além disso, ela enfatiza que os líderes empresariais devem proporcionar aos funcionários “formas seguras” de realizar esses experimentos. Isso não é um chamado à ação para as empresas que querem se manter competitivas?
E falando em competitividade, Vuicic lança uma previsão audaciosa: “O coeficiente de adaptabilidade (AQ) das empresas e dos profissionais supera agora o QI e o QE”. Em outras palavras, a capacidade de uma empresa de se adaptar e adotar novas tecnologias poderia ser a chave para seu sucesso futuro. Estamos preparados para este novo paradigma de trabalho onde a adaptabilidade é a rainha?
Em suma, a IA se desenha como uma ferramenta promissora para melhorar nosso equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, mas sua adoção bem-sucedida exigirá abertura, aprendizado contínuo e uma boa dose de adaptabilidade. Estamos prontos para abraçar esse futuro impulsionado pela IA?