Brave, o inovador navegador focado na privacidade, decidiu tomar uma posição firme na batalha legal contra a News Corp, o conglomerado de mídia liderado por Rupert Murdoch. A ação legal, apresentada em um tribunal federal de São Francisco, busca proteger o uso de resumos gerados por inteligência artificial, um tema que está no centro do debate sobre a legalidade do uso de conteúdo jornalístico por ferramentas tecnológicas.
A demanda, interposta em 12 de março, busca uma declaração que afirme que as práticas de scraping e de geração de resumos por IA da Brave são completamente legais sob o princípio de fair use nos Estados Unidos. Esta ofensiva ocorre em um momento em que os meios tradicionais e as empresas tecnológicas estão em constante tensão pelo acesso e uso de conteúdo jornalístico.
Um confronto que pode estabelecer um precedente
O impulso da Brave para salvaguardar suas práticas se inicia após receber uma carta de cessar e desistir da News Corp em 27 de fevereiro, na qual se acusava a Brave de utilizar conteúdo protegido sem autorização. Em resposta, o gigante da mídia qualificou as ações da Brave como desonestamente enganosas. No entanto, a Brave sustenta que as atividades de indexação e geração de resumos fazem parte do fair use, respaldadas por decisões judiciais anteriores que apoiam sua interpretação.
Esse confronto não é novo; de fato, a News Corp já havia tomado ações legais contra a Perplexity AI por razões semelhantes. A diferença aqui é que a Brave, com uma base de 75 milhões de usuários e um mercado de busca que representa menos de 1% em comparação aos 90% do Google, está tentando enfrentar o que considera uma campanha de intimidação por parte de uma corporação que busca frear a inovação.
A Brave, que recentemente lançou a função Rerank, permite aos usuários personalizar seus resultados de busca. A resolução deste conflito pode ser crucial para a empresa. Uma vitória poderia abrir a porta para novos motores de busca, enquanto uma vitória da News Corp poderia reforçar os editores de imprensa em suas negociações com empresas de tecnologia, mudando assim o panorama do uso de conteúdos protegidos no âmbito da inteligência artificial.
Este caso não apenas coloca em jogo o futuro da Brave, mas também pode criar um precedente nas relações entre os meios de comunicação e as tecnologias de IA, o que pode ter repercussões significativas no desenvolvimento da IA generativa e sua interação com o conteúdo jornalístico. A resolução desta disputa se torna um tema de interesse não apenas para os envolvidos, mas para toda a indústria.