Converse com seu Eu do Futuro graças à IA

10 junho, 2024

  • Conheça seu eu futuro e tome decisões mais sábias hoje.
  • MIT desenvolve um chatbot que simula sua versão aos 60 anos.
  • Ferramenta inovadora para inspirar mudanças positivas em sua vida.
Pessoa conversando com seu clone digital envelhecido.

Você já se perguntou como seria conversar com seu eu do futuro? Se seus planos cuidadosamente elaborados foram prejudicados por longas horas no sofá, excesso de fast food, muito álcool e pouca contribuição para sua aposentadoria, talvez seja a hora de uma conversa com seu futuro eu.

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram um chatbot impulsionado por inteligência artificial que simula uma versão envelhecida do usuário, oferecendo observações e conselhos sábios. A ideia é inspirar as pessoas a pensar mais detalhadamente hoje sobre a pessoa que desejam ser amanhã. Com uma imagem de perfil digitalmente envelhecida que mostra os usuários jovens como pessoas mais velhas com cabelos grisalhos e rugas, o chatbot gera memórias sintéticas plausíveis e utiliza as aspirações atuais do usuário para narrar histórias sobre uma vida bem-sucedida.

Qual é o objetivo? Promover o pensamento a longo prazo e a mudança de comportamento, motivando as pessoas a tomar decisões mais sábias no presente que otimizem seu bem-estar e resultados de vida a longo prazo. Pat Pataranutaporn, que trabalha no projeto Future You no Media Lab do MIT, explica que esta ferramenta pode ser uma poderosa motivadora para fazer escolhas que beneficiem nosso futuro.

Por exemplo, uma estudante que aspirava ser professora de biologia perguntou ao chatbot, uma versão simulada dela aos 60 anos, sobre o momento mais gratificante de sua carreira. O chatbot lembrou de ter ajudado um aluno com dificuldades a melhorar suas notas, descrevendo a satisfação de ver o rosto do aluno se iluminar com orgulho e realização.

Para interagir com o chatbot, os usuários primeiro respondem a uma série de perguntas sobre eles mesmos, seus amigos e familiares, experiências passadas que os moldaram e a vida ideal que imaginam para o futuro. Em seguida, enviam uma imagem sua que o programa envelhece digitalmente para produzir uma semelhança deles aos 60 anos.

A Tecnologia por Trás do Chatbot do MIT: Como Funciona

A mágica por trás do chatbot do MIT começa com um processo meticuloso de coleta de informações. Os usuários respondem a uma série de perguntas sobre suas vidas, suas relações e suas experiências passadas. Essas perguntas ajudam a criar um perfil detalhado que captura as aspirações e os valores do usuário. Em seguida, enviam uma foto que o programa envelhece digitalmente para mostrar como poderiam parecer aos 60 anos. Você consegue imaginar ver seu próprio rosto cheio de rugas e cabelos grisalhos?

Crédito: MIT Media Lab

Uma vez que as informações são coletadas, elas são alimentadas a um modelo de linguagem grande (como o GPT-3.5 da OpenAI) que gera memórias sintéticas ricas e coerentes para a versão simulada do usuário. Isso significa que o chatbot não apenas responde a perguntas aleatórias, mas o faz com base em um histórico detalhado e pessoal. Impressionante, não é?

O chatbot, impulsionado pelo GPT-3.5, se apresenta como uma versão futura do usuário capaz de falar sobre suas experiências de vida. Durante as conversas, pode fornecer conselhos e reflexões baseados nas informações coletadas. Por exemplo, um dos pesquisadores do projeto mencionou que uma conversa com seu futuro eu lhe lembrou da importância de passar tempo com seus pais enquanto ainda estão presentes. Esse tipo de interação pode ter um impacto profundo e duradouro.

Apesar de sua capacidade de gerar respostas detalhadas e personalizadas, os usuários são informados de que a “versão futura” do chatbot não é uma previsão exata do futuro, mas uma versão possível baseada nas informações fornecidas. Isso permite que os usuários explorem diferentes futuros mudando suas respostas ao questionário, oferecendo uma visão flexível e adaptativa de sua vida futura.

Impacto e Potencial do Chatbot: Além da Nostalgia

Por que esse chatbot é importante? Em estudos preliminares, incluindo um artigo científico em pré-impressão, descobriu-se que as conversas com o chatbot fizeram com que as pessoas se sentissem menos ansiosas e mais conectadas com seu futuro eu. Esse fortalecimento da conexão deveria incentivar decisões de vida mais saudáveis e prudentes, desde estabelecer metas específicas e fazer exercícios regularmente até comer de maneira saudável e economizar para o futuro.

O professor Ivo Vlaev, especialista em ciência do comportamento na Universidade de Warwick, destacou que as pessoas muitas vezes têm dificuldades para se imaginar no futuro. No entanto, fazer isso pode promover uma maior persistência na educação, estilos de vida mais saudáveis e um planejamento financeiro mais sensato. Vlaev classificou o projeto do MIT como uma aplicação fascinante dos princípios da ciência do comportamento, ao incorporar a ideia de um “empurrão” – intervenções sutis projetadas para guiar o comportamento de maneira benéfica – tornando o futuro eu mais relevante para o presente.

Pode realmente mudar nossas vidas? Vlaev sugeriu que a eficácia dependerá da capacidade do chatbot de simular conversas significativas e relevantes. Se os usuários perceberem o chatbot como autêntico e perspicaz, poderia influenciar significativamente seu comportamento. No entanto, se as interações parecerem superficiais ou artificiais, o impacto pode ser limitado.

Este projeto, com seu foco inovador na promoção do pensamento a longo prazo, tem o potencial de transformar como tomamos decisões hoje, sempre considerando nosso bem-estar futuro. Imagine um mundo onde todos tomemos decisões sábias inspirados por uma conversa com nosso futuro eu. É uma perspectiva emocionante, sem dúvida!

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