Guerra legal na música: ações milionárias contra IA Suno e Udio por violação de direitos autorais

30 julho, 2024

A indústria musical iniciou uma batalha legal contra Suno e Udio, dois dos maiores geradores de música por inteligência artificial, acusando-os de treinar suas ferramentas com obras protegidas sem permissão. Essa ação, movida por gigantes como Universal e Sony, pode mudar o futuro da música gerada por IA.

Una balanza de justicia con un disco de vinilo en un lado y un ícono de inteligencia artificial en el otro, simbolizando el conflicto entre música y tecnología.

Você já se perguntou o que aconteceria se as máquinas pudessem compor sucessos musicais? Pois bem, parece que estamos prestes a descobrir, e não da maneira que esperávamos.

Como se fosse um faroeste moderno, a WIRED publicou em seu site que as grandes gravadoras desembainharam suas armas legais contra Suno e Udio, dois dos geradores de música por IA mais populares do momento. O motivo? Nada menos que uma acusação de violação de direitos autorais em uma escala que faria até os piratas mais audaciosos da era Napster empalidecerem.

A indústria musical declara guerra aos geradores de música por IA

Imagine a cena: Universal Music Group, Warner Music Group e Sony Music Group, os três mosqueteiros da indústria musical, apresentando ações nos tribunais federais dos EUA. E adivinha qual é o valor que estão pedindo? Segure-se: até 150.000 dólares por cada obra infringida. Com esses números, até o próprio Dr. Dre ficaria boquiaberto.

Mas o que deixou as gravadoras tão irritadas? Segundo o artigo, essas empresas de IA têm treinado seus modelos com o trabalho de artistas sem permissão. É como se alguém entrasse no seu estúdio, levasse todas as suas maquetes e as usasse para criar sucessos sem nem ao menos te agradecer ou pagar um centavo. Parece justo para você?

O mais curioso é que nem Suno nem Udio quiseram revelar o que usaram para treinar seus modelos. Mas os detetives musicais não ficaram de braços cruzados. Conseguiram que esses sistemas gerassem músicas praticamente idênticas a sucessos conhecidos, de ABBA a Jason Derulo. Coincidência? O júri ainda está deliberando.

Como Suno e Udio se defendem dessas acusações?

Agora, o que Suno e Udio têm a dizer em sua defesa? Parece que optaram pela tática do “bom policial, mau policial”.

Por um lado, a WIRED nos conta que Suno assumiu um modo enigmático. Quando perguntados sobre seus dados de treinamento, responderam que era “informação comercial confidencial”. Ou seja, é mais fácil descobrir os ingredientes secretos do frango do KFC do que saber quais músicas eles usaram para treinar sua IA. Não parece quando éramos pequenos e dizíamos “é um segredo” para não admitir que não tínhamos ideia?

Mas espere, a coisa fica ainda mais interessante. Mikey Shulman, o CEO da Suno, fez uma declaração que soa como desculpa de adolescente pego em flagrante. Segundo ele, sua tecnologia é “transformadora” e foi projetada para gerar “resultados completamente novos, não para memorizar e regurgitar conteúdo preexistente“. Vocês acreditam nisso? Porque as gravadoras não parecem muito convencidas.

E aqui vem a cereja do bolo. Shulman afirma que tentaram explicar tudo isso para as gravadoras, mas que estas preferiram ir diretamente aos tribunais. Quem está certo nesta batalha de versões?

Enquanto isso, Udio optou pelo silêncio. Nem uma palavra. Nada. Será que estão compondo sua defesa em clave de sol? Ou talvez estejam muito ocupados gerando canções de natal no estilo Mariah Carey, que segundo o artigo, já chamaram a atenção do público.

O certo é que este conflito legal pode marcar um antes e um depois na indústria musical. Estamos diante do nascimento de uma nova era em que as máquinas competirão com os artistas humanos? Ou veremos uma colaboração entre IA e criatividade humana que revolucionará a música como a conhecemos?

Uma coisa é clara: a indústria musical não vai ficar de braços cruzados vendo a IA usar suas obras sem permissão. Como disse Mitch Glazier, CEO da RIAA: “Serviços não licenciados como Suno e Udio, que afirmam que é ‘justo’ copiar o trabalho de uma vida de um artista e explorá-lo para seu próprio benefício sem consentimento ou pagamento, atrasam a promessa de uma IA genuinamente inovadora para todos nós“.

O que você acha? Você acha que a IA pode compor o próximo sucesso do verão? Ou prefere que suas músicas favoritas continuem tendo aquele toque humano? De qualquer forma, parece que o futuro da música será escrito tanto nos estúdios de gravação quanto nos tribunais.

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