Pesquisa revela que a maioria dos consumidores desconfia de notícias criadas por inteligência artificial

12 julho, 2024

Uma pesquisa recente do Instituto Reuters revela que a maioria dos consumidores nos EUA e no Reino Unido desconfia das notícias geradas por inteligência artificial, especialmente em temas sensíveis como política e crime. Pode a IA substituir os jornalistas humanos? Aqui contamos todos os detalhes.

Redacción de un periódico nacional.

Uma pesquisa recente do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo revelou que a maioria dos consumidores de notícias nos Estados Unidos e no Reino Unido se sente desconfortável com o jornalismo produzido principalmente por inteligência artificial (IA). E não é para menos, já que apenas 23% dos entrevistados nos Estados Unidos e escassos 10% no Reino Unido se sentem à vontade com as notícias geradas por IA.

E quais são os temas que mais preocupam? Política e crime lideram a lista dos tópicos sensíveis onde os consumidores preferem que haja uma mão humana por trás da redação. A ideia de que uma máquina possa interpretar e narrar eventos tão delicados parece gerar mais dúvidas do que certezas.

Desconfiança no uso da inteligência artificial no campo do jornalismo

Mais da metade dos entrevistados nos Estados Unidos e 63% no Reino Unido manifestaram seu desconforto com as notícias lideradas por IA. Ou seja, há um grande segmento da população que ainda não confia que as máquinas possam substituir os jornalistas humanos na cobertura de notícias importantes.

Este é apenas o começo de uma tendência que já se reflete nas decisões de muitas redações ao redor do mundo. Enquanto alguns meios experimentam com ferramentas de IA para tarefas como a investigação e a transcrição de entrevistas, outros estão no meio de intensos debates sobre até onde a automação deveria chegar no jornalismo.

Preferências e preocupações dos consumidores

A pesquisa revela que os consumidores estão mais abertos a que a IA seja utilizada em tarefas menos visíveis e que possam melhorar sua experiência com as notícias, como a geração de conteúdo textual, ilustrações e gráficos estilizados. No entanto, quando se trata da criação de fotografias e vídeos realistas, a rejeição é contundente. Por que essa diferença?

Os entrevistados consideram que os erros em conteúdos visuais podem ter consequências mais graves. Uma imagem ou vídeo falsos poderiam facilmente enganar o público, gerando desinformação e perdendo a confiança do público. Além disso, o estudo indica que os consumidores acreditam firmemente que deve haver sempre uma intervenção humana no processo de criação de notícias, especialmente nos temas mais importantes e sensíveis.

O uso da IA nas redações começou a se expandir em meio a quedas de receita e cortes de emprego. Por exemplo, a News Corp Australia produz aproximadamente 3.000 artigos por semana utilizando IA, e o tabloide alemão Bild advertiu seu pessoal sobre futuros cortes devido às “oportunidades da inteligência artificial”. Apesar desses avanços, a aceitação pública continua sendo um desafio.

O Instituto Reuters destaca que as audiências estão mais dispostas a aceitar a IA quando esta trabalha nos bastidores, ajudando a personalizar e tornar a informação mais acessível. Mas quando se trata de conteúdo público e temas delicados, a maioria prefere que os jornalistas humanos tenham a última palavra.

 

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