Robô-eixo sem limites: A Califórnia abre caminho para a Waymo

4 março, 2024

  1. A Califórnia dá sinal verde para a expansão da Waymo, marcando um marco para os robôs-táxis em São Francisco.
  2. Preocupações com a segurança e debates públicos: um olhar sobre a polêmica expansão dos serviços de robô-táxi.
  3. Benefícios potenciais para pessoas com deficiência e trabalhadores noturnos destacados na audiência da CPUC.
Coches autónomos en San Francisco.

Em um avanço decisivo para o setor de veículos autônomos, os órgãos reguladores da Califórnia deram sinal verde à Cruise e à Waymo para oferecer serviços comerciais de robô-táxi em São Francisco, disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana. A Comissão de Serviços Públicos da Califórnia (CPUC) votou por 3 a 1 a favor das expansões, com a comissária Genevieve Shiroma dando o único voto contrário.

Apesar da crescente oposição de residentes e agências municipais, que pediram uma abordagem mais cautelosa e gradual para a expansão, a CPUC decidiu seguir em frente. Desde que os veículos autônomos (AVs) começaram a operar nas ruas de São Francisco, houve vários casos de mau funcionamento, bloqueando o fluxo do tráfego, o transporte público e os serviços de emergência. Esses incidentes, conhecidos como “bricking”, levantaram preocupações sobre a segurança e a eficácia dos AVs em ambientes urbanos complexos.

Atualmente, a Cruise e a Waymo oferecem serviços pagos limitados em São Francisco. A Cruise cobra por viagens sem motorista à noite, e a Waymo cobra por seu serviço de robotáxi a qualquer hora do dia, embora com a presença de um operador de segurança humano. A extensão da permissão permitirá que as empresas expandam significativamente seus serviços, sem limite para o número de robotáxis que podem colocar na estrada. Embora ambas as empresas tenham declarado que farão uma expansão gradual e não de uma só vez, a escala é vital para o sucesso das empresas. O desenvolvimento, o teste e a implantação da tecnologia AV custaram milhões de dólares à Cruise e à Waymo.

Desafios e preocupações com a segurança

A expansão dos serviços de robô-táxi em São Francisco não foi isenta de desafios e preocupações com a segurança. Departamentos da cidade, incluindo o Corpo de Bombeiros, a Polícia e a Agência Municipal de Transportes, relataram cerca de 600 paradas inesperadas de veículos sem motorista das quais eles têm conhecimento. Essa estatística ressalta a preocupação de que os veículos autônomos (AVs) “não estão prontos para serem expandidos” na cidade, de acordo com declarações desses órgãos.

A oposição não vem apenas dos órgãos municipais, mas também do público. Durante a audiência da CPUC, foram levantadas vozes criticando a expansão desses serviços sem a devida consideração da acessibilidade e da segurança.

Foram destacadas as preocupações com a compatibilidade com a Lei dos Americanos com Deficiência (ADA), a discriminação contra os não bancarizados e os que não estão familiarizados com a tecnologia, o aumento do tráfego de veículos e a perda de empregos em uma cidade já afetada pelo aumento da falta de moradia.

Além disso, a imparcialidade dentro da CPUC foi questionada, especialmente em relação ao Comissário John Reynolds, devido à sua função anterior como “Conselheiro Administrativo em Cruzeiro”, que alguns consideraram um conflito de interesses. Essas preocupações destacam a complexidade da introdução de tecnologias inovadoras em ambientes urbanos, onde as repercussões vão além da simples funcionalidade técnica.

Reações e perspectivas futuras

Apesar das preocupações e dos desafios mencionados acima, há reações positivas e uma perspectiva otimista em relação ao futuro dos robotáxis em São Francisco. Usuários como Jessie Wollensky, uma mulher cega, destacam a independência e a segurança que sentem ao usar esses serviços. “Quando entro em um veículo da Waymo, não só sinto que posso chegar onde preciso ir sozinha, o que é enorme, mas também posso fazer isso sem medo de ser assediada, apalpada, agredida ou atacada“, disse Wollensky.

Os comentários a favor também enfatizaram o potencial dos veículos autônomos para tornar as ruas mais seguras e mais verdes, e a esperança de que a expansão traga mais empregos sindicais para a cidade. Daniel Gregorski, um assistente de enfermagem que trabalha à noite, compartilhou sua experiência positiva com o Cruise, destacando a sensação de segurança ao andar em um veículo autônomo em comparação com um táxi tradicional.

A expansão dos serviços de robô-táxi representa um equilíbrio entre a inovação tecnológica e as preocupações com segurança e acessibilidade. À medida que empresas como a Cruise e a Waymo buscam revolucionar o transporte urbano, elas também enfrentam o desafio de integrar seus serviços de forma segura, acessível e benéfica para todos os residentes de São Francisco. A forma como essas empresas abordam esses desafios será crucial para o sucesso de longo prazo da mobilidade autônoma em ambientes urbanos.

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