As agências de publicidade estão prontas para capitalizar o crescente interesse por chatbots de inteligência artificial. Com a capacidade de fornecer respostas mais ricas e contextualizadas, essas ferramentas se tornaram um recurso atraente para os anunciantes. À medida que mais usuários recorrem a essas tecnologias, o potencial para as marcas parece ilimitado.
O Google demonstrou como um motor de busca pode se transformar em um veículo publicitário eficaz por meio de seus Adwords. Agora, um fenômeno semelhante se vislumbra no horizonte com os agentes conversacionais, e diversas ferramentas de análise já estão começando a surgir para medir seu impacto.
Uma nova era para a publicidade com inteligência artificial
Estamos diante do nascimento de um novo Eldorado publicitário? Empresas como Profound e Brandtech estão apostando em desenvolver software que analisa a frequência com que os chatbots de IA recomendam marcas específicas e a percepção que os usuários têm delas. Essa abordagem vai além do simples SEO; trata-se de entender como as marcas são percebidas na memória algorítmica da IA.
Um artigo do Financial Times destaca que empresas como Indeed e Chivas Brothers já estão explorando essa nova tecnologia. Para essas marcas, o objetivo é garantir que sua presença seja relevante nesta nova era. Porque se a IA não as reconhece, como os usuários poderiam conhecê-las?
Uma pesquisa da Bain publicada recentemente indica que cerca de 80% dos usuários da internet confiam em resultados gerados por IA em pelo menos 40% de suas buscas. Essa mudança no comportamento dos consumidores pode resultar em uma queda de 25% no tráfego orgânico, já que cerca de 60% das sessões de busca terminam sem que o usuário clique em nenhum link.
A batalha pela atenção dos consumidores se intensifica, e cada interação com um chatbot conta mais do que nunca. A publicidade convencional se sente defasada diante dessa nova dinâmica, onde a IA desempenha um papel central no processo de descoberta de marcas.
O risco de manipulação nos resultados dos chatbots
Embora o Google seja uma entidade privada que não segue um princípio de neutralidade, é essencial lembrar que seus resultados não refletem necessariamente a realidade da web. A empresa enfrentou críticas por favorecer seus próprios serviços e os de seus aliados.
A Brandtech introduziu um serviço que permite às marcas modificar textos e visuais em seus sites para alinhar melhor seu conteúdo com as buscas dos chatbots. Por sua vez, a Profound oferece uma plataforma de análise que ajuda as empresas a monitorar as consultas relevantes e avaliar seu desempenho no ecossistema de busca de IA.
No entanto, isso levanta um dilema: os resultados fornecidos pelos chatbots podem ser manipulados, comprometendo sua objetividade e precisão a longo prazo. Estamos diante de uma nova forma de publicidade que poderia distorcer a verdade?
Recentemente, a Microsoft apresentou um novo formato publicitário para seu Copilot, que destaca produtos de parceiros comerciais em relação às consultas dos usuários. Essa estratégia é um claro indicativo de como a publicidade está evoluindo na era da inteligência artificial.