Google defende a gestão exclusiva do Chrome frente a possíveis compradores

30 abril, 2025

Diante da possibilidade de que gigantes do setor adquiram o Chrome, o Google reafirma sua capacidade única de gerenciar o popular navegador.

A competição no mundo digital se intensifica. Com o crescente interesse de vários atores importantes na aquisição do navegador Chrome, o Google decidiu se posicionar e reafirmar sua posição. A subsidiária da Alphabet afirma que apenas eles têm a capacidade necessária para gerenciar adequadamente essa ferramenta, fundamental em seu ecossistema.

A situação é delicada. A justiça americana destacou que o Chrome, que possui impressionantes 66% da participação de mercado global, é um pilar que sustenta a dominância do Google nos setores de busca e publicidade online. Isso levou à possibilidade de que a empresa tenha que considerar uma venda, mas sua postura é clara: não estão dispostos a deixá-lo ir.

A defesa de Parisa Tabriz nos tribunais

Em um recente julgamento em Washington, Parisa Tabriz, diretora do Chrome, defendeu com veemência a posição de sua empresa. Segundo reporta a Bloomberg, Tabriz enfatizou que apenas o Google pode operar o Chrome no nível que os usuários esperam. Essa afirmação se baseia nos 17 anos de colaboração entre as equipes do Chrome e diversas áreas do Google, o que permitiu desenvolver um ecossistema repleto de funções avançadas, desde a navegação segura até alertas de segurança.

A executiva argumentou que qualquer tentativa de separar o Chrome do Google resultaria em um enfraquecimento de suas capacidades e desempenho. Essa conexão íntima é fundamental, especialmente na integração de inteligência artificial, uma área crucial para o futuro do navegador. Além disso, Tabriz destacou que o Google investiu enormes recursos no código aberto do Chromium, que é a base do Chrome, contribuindo com impressionantes 90% desde 2015, o que representa centenas de milhões de dólares e quase 1000 engenheiros trabalhando em seu desenvolvimento.

Interessados na compra do Chrome

Caso a justiça determine que o Google deve vender o Chrome, já há vários interessados. Entre eles está a OpenAI, conhecida por sua criação ChatGPT. A empresa manifestou seu desejo de adquirir o Chrome para oferecer uma experiência de navegação centrada na inteligência artificial. Para isso, começaram a recrutar antigos engenheiros do Google que foram fundamentais no sucesso inicial do Chrome, como parte de sua estratégia para desenvolver um novo navegador web.

Outro competidor é a Perplexity, que planeja lançar seu navegador, chamado Orion, baseado no Chromium. Seu CEO, Aravind Srinivas, afirmou que eles podem gerenciar o Chrome em grande escala sem comprometer a qualidade. Seu objetivo é claro: coletar dados dos usuários para oferecer publicidade altamente segmentada, provavelmente gerada também por inteligência artificial.

Não fica atrás a Yahoo, que vê no Chrome uma oportunidade para revitalizar seu negócio de busca. O responsável pelo Yahoo Search, Brian Provost, expressou que um possível acordo poderia catapultar sua participação de mercado de modestos 3% para cifras de dois dígitos, aproveitando a vasta base de usuários do Chrome.

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