Na era digital atual, uma nova tendência está a alarmar mais de 12 000 pais: os influenciadores gerados por inteligência artificial (IA) em plataformas como o TikTok. Estes pais, apoiados pela organização ParentsTogether, lançaram uma petição dirigida ao diretor executivo do TikTok, Shou Zi Chew. A sua principal preocupação é o impacto que estes influenciadores podem ter na criação de padrões de beleza irrealistas e no aumento da dismorfia corporal entre crianças e adolescentes.
Embora os influenciadores virtuais já existam há anos, os recentes avanços na tecnologia de IA generativa vieram esbater ainda mais as linhas entre o real e o artificial. Isto representa um desafio particular para os utilizadores mais jovens das redes sociais, que podem não ser capazes de distinguir entre um influenciador humano e um gerador de IA. O TikTok implementou uma política que exige que os criadores marquem o conteúdo gerado por IA, mas, de acordo com Shelby Knox, da ParentsTogether, esta medida não é suficiente para garantir uma marcação consistente e transparente.
Influenciadores virtuais como Deanna Ritter e Cameron, com milhares de seguidores no TikTok, muitas vezes não incluem avisos de que são gerados por IA. Esta falta de transparência levou os pais a exigir uma regulamentação mais rigorosa e rótulos claros para proteger os jovens dos impactos negativos destas personagens virtuais. Além disso, plataformas como o YouTube estão também no centro das atenções, devido à sua popularidade entre os jovens e à forma como lidam com conteúdos relacionados com distúrbios alimentares.
A era da regulação e da responsabilização nas redes sociais
Esta situação sublinha a necessidade de uma maior regulamentação na esfera das redes sociais. Os pais e os grupos de defesa procuram garantir um ambiente digital mais seguro para as crianças, onde a influência destas personagens virtuais seja claramente marcada e controlada. A colaboração de plataformas como o TikTok e o YouTube é crucial neste esforço para proteger a saúde mental e a perceção de beleza dos jovens.
A popularidade de influenciadores virtuais como Lil Miquela e Shudu no Instagram, que colaboraram com marcas e trabalharam como modelos, mostra que este fenómeno vai além do TikTok.
A linha entre a realidade e a virtualidade está a esbater-se rapidamente e, com ela, a necessidade de uma maior sensibilização e educação sobre os meios digitais está a tornar-se cada vez mais evidente.
Estamos num ponto de viragem na era digital, em que a influência da IA nas nossas percepções de beleza e realidade exige uma reflexão e ação cuidadosas. A exigência dos pais de maior transparência e regulamentação nas plataformas das redes sociais não é apenas uma questão de preferência, mas uma necessidade urgente para proteger a saúde mental e o bem-estar da geração mais jovem.